sábado, 25 de julho de 2009

Alfabetização em Processo

As aulas dos dias 30/06 e 07/07 foram destinadas à discussão do texto "Alfabetização em Processo", de Emília Ferreiro. Por estarmos abordando a questão da escrita, o Profº Ivan selecionou dois capítulos, desta obra, que discorrem sobre tal tema. Um capítulo fala sobre os problemas recorrentes na construção da representação escrita e o outro sobre a interpretação dela.
A minha reflexão refe
rente aos dois capítulos pode ser vista abaixo:


CAPÍTULO: OS PROBLEMAS COGNITIVOS ENVOLVIDOS NA CONSTRUÇÃO DA REPRESENTAÇÃO ESCRITA DA LINGUAGEM.

Emília Ferreiro inicia este capítulo destacando
a importância de se compreender o funcionamento dos modos de organização da representação escrita que as crianças começam a desenvolver ao iniciarem contato com esta. Para isso, deve-se observar os problemas cognitivos existentes no processo, como, por exemplo, a dificuldade que uma criança encontra ao tentar classificar o que escreveu, pois não entende a representação escrita do que colocou no papel. Conforme a criança avança no desenvolvimento processual, ela consegue diferenciar o que a deixava confusa, como distinguir as letras "b" e "d", ou seja, fazer distinção entre combinados de bolinhas e pauzinhos.

Em um dado momento do capítulo Emília Ferre
iro evidencia um dos problemas na construção representativa da escrita: a relação entre o todo e as partes que o constituem. Ou seja, segundo a autora, a escrita constitui-se por partes - sendo assim percebida quando existe uma "hipótese da quantidade mínima" - e estas ao se relacionarem com o todo feito pela criança apresenta problemas. Como, inicialmente, as crianças não sabem a grafia de seus nomes, elas podem acreditar que os mesmos estão escritos em qualquer lugar do texto. Entretanto, se apontar o nome em apenas uma letra, elas terão a consciência de que são necessárias no mínimo 3 letras para se ter uma palavra, e discordarão. Isso é um pequeno conhecimento que se adquire no processo.

No decorrer do desenvolvimento a criança se depara com a questão do plural. Não observo tal ponto como um problema, mas como um fato curioso. De acordo com o que tiver que escrever e se está no plural, a criança tomará, primeiramente, noção da quantidade daquilo que tem ser escrito e, em seguida, repetirá no papel uma mesma grafia quantas vezes forem necessárias. A autora exemplifica tal aspecto com a ilustração 1 do aluno Javier, na qual foi utilizada a palavra "gato" e seu plural.

Mais a frente, Ferreiro ressalta que "as
crianças devem resolver tanto problemas de correspondência quantitativa como problemas de correspondência qualitativa". Isto é, cumprindo a exigência de "quantidade mínima" de letras a criança aprimora em seu cognitivo que, qualitativamente, para ler algo deve-se escrever mais de uma letra, e esta não deve ser repetida muitas vezes. O interessante é que neste período ocorre o fenômeno da "variação interna", onde a criança tendo conhecimento de poucas letras, pode mudar a ordem delas para "formar" outros termos, pois sabe que não se consegue ler termos diferentes com os códigos gráficos na mesma posição.

Aqui, a criança já possui um pequeno repertório de letras (no máximo 4), as quais trabalham o processo explicado acima. Nesse sentido, geralmente conhecem letras do próprio nome e as combinam em diversas maneiras para aponta palavras diferentes. Esta é a fase que chamamos de Pré-silábica. Na hipótese silábica, a criança tem um repertório maior de letras que ela escreve na quantidade de sílabas que a palavra a ser representada tiver, e, na hora da leitura, relaciona cada a uma. Além disso, conforme o desenvolvimento processual se dá ocorre, a criança concebe a noção de sonoridade de algumas letras, escrevendo-as no lugar correto de acordo com a separação de sílabas e com o som que ouve. Mais a frente, a criança entra no nível alfabético, onde começará a compreender o sentido real das letras, e assim, formar palavras conforme sua escrita verdadeira.

É importante quando a criança iniciar seu contato com o mundo da escrita incentivar nela a busca pelo conhecimento das letras, das formas delas, das palavras. Afinal, as crianças que não tem o hábito de colocar em prática suas hipóteses de escrita e de explorar a grafia são menos criativas, aprendendo a ler e a escrever com mais dificuldade.

Na postagem dos dias 26/05 e 02/06 o texto tr
abalhado foi "Contextos de alfabetização na aula", de Ana Teberosky. Lá coloquei como complementação da reflexão (já que o contexto trabalhado se interliga com a escrita) os níveis de descritores por Emília Ferreiro. Espero que acrescente algo a vocês!!

Acrescento exemplos que ilustram os níveis da escrita:

Nível Pré-silábico:
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLr513qA-98Hwa_n9cvi9Yapf1jHcMd77R5quWTkUSWWVhs1QqBIHE6YVrImr4eMllLTjG-PlilvSJwFY8GPcR3Ezyz2Fq0jUd6JCwnDqyyl_RDu0RWdKEdN_ZoT_OMGdh4vaxzYJWt5Be/s1600-h/presilabica.jpg


Nivel Silábico:

Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQMN8lnGwTD8asTwKtRQDHmjY2EYkttAy2Lcdvmc-rUuziX5GtxgrBwylZbihp2zmRqTO3MGDQPzcHwlcRhFs4AGRiFqZLsBdc_A9ByNWi3Crf11TCBQZUECxg1OU4YZtJzlepYUWm__Xf/s1600-h/silabica.png


Nível Alfabético:


Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR5wjM4nF-tild-zGx9we3t-z3a3_aR2md8LFFrLn5ZEDmlYkE_7CpPtly5kQ96k5qGOX9ImwKhIuSqEhH2DD2cLY9_8X1XtY5FxyLSg_JR-X719Ylomp7v8tVeCsh4JhTMFmfxhP6wRoD/s1600-h/alfab%C3%A9tica.gif


Abaixo, dou continuidade ao texto da Ferreiro.

2 comentários:

  1. Fernanda, a síntese do texto de Ferreiro evidencia que você compreendeu os pontos principais discutidos em sala. Sugiro, se puder, que insira alguma referência à prática. Procure não deixar suas postagens apenas com "texto". Se possível, coloque imagens, vídeos (como fez na outra postagem), links (outros sites, outras leituras possíveis)...

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  2. Vejo que acrescentou alguns exemplos... Muito bom. Por favor, coloque a referência. Retirou de algum site? Qual?

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